quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

um minuto de silêncio...

não entendo essa história do minuto de silêncio, que são destinados a poucos....
pois se ficassemos em silêncio a cada ser humano morto, justamente por outro ser humano ou por adversidades, o mundo permaneceria num eterno silêncio....
restringir esse minuto a poucos é declarar explicitamente a desigualdade...

NATAL

um minuto de silêncio pela morte de Jesus, que nasceu neste dia a dois mil e sete anos atrás...

domingo, 16 de dezembro de 2007

S.O.S

estou a procura de alunos!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Alerta para todas as mulheres do mundo!!!

Chocante! Infelizmente, verdadeiro!Feminicídio no Congo !
Dramaturga e ativista descreve ao Conselho de Segurança da ONU os crimes e atrocidades contra mulheres no Congo.

Por Eve Ensler

Volto do inferno. Procuro desesperadamente uma maneira para lhes contar o que vi e ouvi na República Democrática do Congo. Procuro uma maneira para lhes narrar as histórias e as atrocidades, e, ao mesmo tempo, evitar que fiquem abatidos, chocados ou afetados mentalmente. Procuro uma maneira de lhes transmitir o meu testemunho sem gritar, sem me imolar ou sem procurar uma AK 47.Não sou a primeira pessoa que denuncia as violações, as mutilações e as desfigurações das mulheres do Congo. Existem relatórios a respeito deste problema desde 2000. Não sou a primeira que conta essas histórias, mas, como escritora e militante contra a violência sexual contra as mulheres, vivo no mundo da violação. Passei dez anos a ouvir as histórias de mulheres violadas, torturadas, queimadas e mutiladas na Bósnia, Kosovo, Estados Unidos, Cidade Juárez (México), Quênia, Paquistão, Haiti, Filipinas, Iraque e Afeganistão. E, apesar de saber que é perigoso comparar atrocidades e sofrimentos, nada do que eu tinha escutado até agora foi tão horrível e aterrorizador como a destruição da espécie feminina no Congo.A situação não é mais do que um feminicídio, e temos que a reconhecer e analisar como tal. É um estado de emergência. As mulheres são violadas e assassinadas a toda hora. Os crimes contra o corpo da mulher já são horríveis por si. No entanto, há que acrescentar o seguinte: por causa de uma superstição que diz que, se um homem viola mulheres muito jovens ou muito idosas, obtém poderes especiais, meninas de menos de doze anos de idade e mulheres de mais de oitenta anos são vítimas de violação.Também é necessário acrescentar as violações das mulheres em frente de seus maridos e filhos. Mas a maior crueldade é a seguinte: soldados soropositivos organizam comandos nas aldeias para violar as mulheres, mutilá-las. Há relatos de centenas de casos de fístulas na vagina e no reto causadas pela introdução de paus, armas ou violações coletivas. Essas mulheres já não conseguem controlar a urina ou as fezes. Depois de serem violadas, as mulheres são também abandonadas por sua família e sua comunidade.No entanto, o crime mais terrível é a passividade da comunidade internacional, das instituições governamentais, dos meios de comunicação... a indiferença total do mundo perante tal extermínio. Passei duas semanas em Bukavu e Goma entrevistando as sobreviventes. Algumas eram de Bunia. Efetuei pelo menos oito horas de entrevistas por dia. Almocei e fui a sessões de terapia com essas mulheres. Chorei com elas. O nível de atrocidades supera a imaginação. Não tinha visto em nenhuma parte esse tipo de violência, de tortura sexual, de crueldade e de barbárie.No leste do Congo existe um clima de violência. Nesta zona as violações tornaram-se, tal como me disse uma sobrevivente, um “esporte nacional”. As mulheres são menos do que cidadãs de segunda classe. Os animais são mais bem tratados. Parece que todas as tropas estão implicadas nas violações: as FLDR, as Interahamwe, o exército congolês e até as Forças de Paz da ONU. A falta de prevenção, de proteção e a ausência de sanções são alarmantes.Passei uma semana no Hospital de Panzi, vivendo em uma aldeia de mulheres violadas e torturadas. Era como uma cena de um filme de terror futurista. Ouvi histórias de mulheres que viram os seus filhos serem brutal e cinicamente assassinados. Mulheres que foram forçadas, sob a ameaça de armas, a ingerir excrementos, a beber urina ou a comer bebês mortos. Mulheres que foram testemunhas da mutilação genital dos seus maridos ou, durante semanas, violadas por grupos de homens. Essas mulheres faziam fila para me contar as suas histórias. Os traumas eram enormes e o sofrimento extremamente profundo.Sentei-me com mulheres que tinham sido cruelmente abandonadas por suas famílias, excluídas por causa do seu cheiro, e pelo que tinham sofrido. Eu quero lhes falar da Noella. Mudei-lhe o nome para a proteger porque ela só tem nove anos de idade. Noella vive dentro de mim agora, persegue-me, leva-me a agir, a lembrar. Ela é magra, muito inteligente e viva. O dano está no seu corpo ligeiramente torto, envergonhado, preocupado. Ela sente a ansiedade nos seus pequenos dedos. Começa a contar a sua história como se ainda vivesse. Para ela o tempo parou. “Uma noite as Interahamwe vieram à nossa casa. Eles não deixaram nada. Pilharam nossa casa. Levaram a minha mãe para um lado, o meu pai para outro e a mim para outro. Levaram-me para o mato. Um deles pôs qualquer coisa dentro de mim. Não sei o que foi. Um disse para o outro, não faça isso, não faça mal a uma criança. O outro me bateu. Eu fiquei sangrando. Ele me bateu mais e eu caí. Depois me abandonou. Passei duas semanas com os soldados. Eles me violaram constantemente. Às vezes usavam paus. Um dia me deixaram no mato. Tentei caminhar até a casa do meu tio. Consegui, mas estava demasiado fraca. Tinha febre. Estava muito mal. Cheguei até a casa. O meu pai tinha sido morto. A minha mãe voltou, mas em muito mau estado. Comecei a perder a urina e as fezes sem controle. Depois minha mãe percebeu que eles tinham me violado e destruído. Eles registraram o que tinha me acontecido e me trouxeram para cá. Estou contente por estar aqui. Já não perco a urina e ninguém ri de mim. Os rapazes riem de mim. Já não tenho vergonha. Deus julgará aqueles homens, porque eles não sabem o que fazem. Quero me restabelecer. Também penso em como eles mataram o meu pai. Sempre que penso no meu pai as lágrimas caem pelo rosto.”O Dr. Mukwege, que, tanto quanto posso dizer, é um tipo de médico “santo” no hospital, disse-me que a uretra da Noella está destruída. Sendo tão jovem, ela não tem tecido suficiente para operar. Terá de esperar oito anos. Oito anos de vergonha e humilhação. Oito anos em que será forçada a recordar todos os dias o que aqueles homens lhe fizeram na floresta, antes dela ter idade suficiente para saber o que era um pênis. Ela é incontinente. O médico me disse: “O que acontece a essas jovens é terrível. Elas têm muito medo de serem tocadas por homens. Às vezes leva semanas até eu conseguir tratá-las. Dou-lhes bombons e trago-lhes bonecas.”As mulheres sofrem imensamente. Estão debilitadas pelas violações, as torturas e a brutalidade. Não têm praticamente apoio nenhum. Depois de viver essas atrocidades, são incapazes de trabalhar nos campos ou de transportar coisas pesadas, por isso deixam de ter renda. Vi chegar pelo menos doze mulheres por dia a essa aldeia. Chegavam mancando e apoiadas em bengalas feitas à mão. Várias mulheres contaram-me que “as florestas cheiravam à morte”, e que “não se podia dar nem cinco passos sem tropeçar com um corpo”.Durante a semana que passei em Panzi, o governo cortou a água. Por isso, o hospital, onde havia centenas de mulheres feridas, ficou sem água. O mesmo hospital pelo qual as mulheres tinham andado mais de sessenta quilômetros porque não havia outro mais perto. O mesmo hospital onde não havia nada para comer, (duas crianças morreram por má nutrição em um dia), onde as mulheres tinham de ficar durante meses, às vezes anos, porque as suas aldeias eram tão perigosas ou porque eram tão rejeitadas, após terem sido violadas e desonradas, que não tinham um lugar para onde voltar, onde as mulheres não podiam apresentar queixa porque os violadores podiam facilmente comprar a sua saída da prisão, voltar e violá-las outra vez, ou matá-las.E, enquanto nós estamos aqui escrevendo nosso relatório, há mulheres que estão sendo violadas, meninas que estão sendo destroçadas para sempre, mulheres sendo testemunhas do assassinato (a golpe de catana) de suas famílias, e outras que estão sendo infectadas pelo vírus da AIDS. Onde está a nossa indignação? Onde está a consciência das pessoas?Em 1999, eu voltei aos Estados Unidos de uma viagem ao Afeganistão, ainda debaixo do poder dos talibãs. As condições das mulheres, a violência... era uma loucura. Dirigi-me a todas as pessoas que consegui encontrar, canais de televisão, revistas, líderes etc. Com exceção de uma revista, ninguém parecia estar interessado no problema das mulheres afegãs.Naquela altura eu sabia que, se não se interviesse, se o mundo não se levantasse e ajudasse as mulheres, haveria graves conseqüências internacionais. Sabemos o que aconteceu depois. Não apenas o 11 de Setembro, mas a reação ao 11 de Setembro, a profanação do Iraque, a justificação dos ataques preventivos, o aumento da militarização e violência e o terror que ainda hoje continua a aumentar.As mulheres são o centro de qualquer cultura e sociedade. Embora possam não ter poder ou direitos, o modo como são tratadas ou não valorizadas, indica o que a sociedade sente em relação à própria vida. As mulheres do Congo são resistentes, poderosas, visionárias e solidárias. Com poucos recursos elas poderiam ser líderes do país e tirá-lo do seu atual estado de desordem, pobreza e caos; ou podem ser aniquiladas e, com elas, o futuro do país. A República Democrática do Congo é o coração da África, o centro dinâmico e a promessa do futuro. Se se permitir a destruição das mulheres, mata-se a vida, não apenas do Congo, mas de todo o continente africano.Eu estou aqui como artista e ativista, mas, sobretudo, estou aqui como um ser humano destroçado pelo que ouvi na República Democrática do Congo. Estou aqui para implorar àqueles que têm poder, para declarar estado de emergência no leste do Congo, para dar um nome ao que está sendo feito às mulheres: feminicídio. Para se unirem à nossa campanha internacional para parar as violações do melhor recurso do Congo, e dar poder às mulheres e jovens do Congo. Para desenvolver os mecanismos para proteger essas mulheres, para impedir esses crimes horrorosos e desumanos.Recomendações para terminar com a violência contra as mulheres e jovens na República do CongoA impunidade da violência sexual tem que terminar. Apesar de centenas de milhares de mulheres e jovens violadas, não houve, praticamente, nenhuma acusação. Incumbe a toda a comunidade internacional fortalecer mecanismos na República Democrática do Congo para assegurar que os violadores serão levados à Justiça, e as vítimas protegidas, através de ações judiciais. (Mais mulheres juízas, assim como mais mulheres na polícia e advogadas são essenciais para que isso aconteça).Está previsto que membros do Conselho de Segurança vão à República Democrática do Congo na próxima semana. É importante que eles:a) Falem com o Governo seriamente sobre o assunto da violência sexual. Devem abordar esse tema com o presidente, e perguntar, especificamente, o que ele está fazendo para assegurar que os militares (que são os que mais cometem esses crimes) não cometam crimes de violência sexual, e que os comandantes sejam responsabilizados pelas ações dos seus soldados, e que os soldados sejam também levados à Justiça.b) Ao reunirem-se com o Parlamento e as autoridades eleitas, os membros do Conselho de Segurança devem insistir para que seja estabelecida uma comissão parlamentar sobre a violência sexual. Devem também apelar para que se inicie um debate público com o ministro da Defesa sobre esse tema.c) A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUC) deveria estabelecer uma unidade de combate contra a violência sexual, incluindo pessoal militar e civil, para dar prioridade à “resposta dada às sobreviventes de violência sexual e à proteção de mulheres e crianças, sobretudo em Goma e Bakuvu”. Os países que contribuem com tropas também têm que ter um papel mais ativo, enviando mulheres como soldados da paz.d) Os estados membros e as Nações Unidas devem mostrar o seu compromisso para terminar com a violência contra as mulheres da República Democrática do Congo através da atribuição de recursos financeiros significantes. Existem alguns bons projetos, por exemplo, o Hospital de Panzi, mas isso é muito pouco quando consideramos as enormes necessidades e a magnitude da violência. São necessários mais recursos, que poderiam ser usados para apoiar, por exemplo, programas de rádio/televisão realizados por mulheres sobre os direitos das mulheres, violência contra as mulheres, e outros temas importantes que precisam ser abordados para romper o silêncio sobre a violência sexual.e) Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas devem pedir ao secretário-geral que providencie um relatório sobre a situação da violência sexual na República Democrática do Congo.

Esse relatório deve ser recebido pelo Conselho em tempo oportuno (três meses).17/10/2007

Texto original divulgado em 15/06/2007
Este artigo foi traduzido do inglês para o português por Cristina Santos, membro de Tlaxcala, a rede de tradutores pela diversidade lingüística, e revisada para ViaPolítica por Omar L. de Barros Filho. Ambas versões podem ser reproduzidas livremente, na condição de que sua integridade seja respeitada, bem como a menção ao autor, aos tradutores, aos revisores e à fonte.Fonte: TlaxcalaURL do original em português:http://www.tlaxcala.es/ pp.asp?reference=3924&lg=poPara outras informações sobre o trabalho de Eve Ensler, visite V-DayLeia também os artigos de Eve Ensler traduzidos para português em Tlaxcala

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

....

me perdi. e não consigo me encontrar, a minha essencia qual é?
os paraísos artificiais agora me parecem prisões, onde o meu ser não se reconhece mais...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

enfim...

há tempos não atualizo o blog, não tenho tido tempo, estou num ostracismo virtual ridiculo...
não abandonei apenas o blod, abandonei um pouco de mim,
tento abandonar e refinar conceitos e idéias, outro prisma, sempre!
apesar de tempos entediantes e nebulosos o otimisto ainda paira sobre mim...
definitivamente filosofia não é fácil, e é ainda mais díficil sobreviver sem a academia, os tramites e as normas, acostumar-se a isso...sobreviver...tédio...dignidade...amor-próprio...

é tudo bobagem!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A FILOSOFIA DA LINGUAGEM EM WALTER BENJAMIN: FRANZ KAFKA E A OUTRA POSSIBILIDADE DA LINGUAGEM

São diversas as razões pelas quais a filosofia da linguagem de Walter Benjamin não tem um estatuto científico, a sua posição em face à linguagem terá sido, sobretudo, uma tática a mais que o filósofo recorreu para tentar definir sua tarefa de pensador. Benjamin tinha um espírito livre, buscava o conhecimento pela experiência, ou melhor, pela experimentação. Nunca formalizou a sua participação no Instituto de Pesquisas Sociais, a chamada Escola de Frankfurt, sendo conhecido como um “companheiro de viagem”. Preferiu a Europa fascista aos Estados Unidos da América ou até mesmo Israel, onde residia o amigo Gershom Scholem. Era um homem que buscava o seu próprio ser, a sua própria essência.

Aqui nos ateremos, sobretudo, ao texto Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem humana de 1916, que expressa uma parte importante e constituinte do seu pensamento sobre a linguagem. E o ensaio “Franz Kafka. A propósito do décimo aniversário de sua morte” (1934), que referiremos num segundo momento de nosso trabalho, para explicitar alguns pontos da linguagem e da modernidade. A filosofia da linguagem benjaminiana fundará as bases para, posteriormente, ser desenvolvida a sua teoria da arte e a sua filosofia da história.

No texto Sobre a linguagem, Benjamin parte da idéia de que a própria linguagem não é uma particularidade do homem. Tudo, na Criação, é linguagem, e a linguagem do homem mais não é que uma forma privilegiada da linguagem em geral. Numa época em que Wittgenstein e outros elaboram uma lingüística científica, Benjamin parece voltar a uma concepção pré-moderna, metafísica e mística do Livro do Mundo, em que tudo fala, em que tudo se comunica. Mas o que a linguagem comunica? Segundo Benjamin ela comunica-se por si mesma, e comunica a essência espiritual correspondente na linguagem, não pela linguagem. Ou seja, antes de se tornar, ilusoriamente, instrumento de comunicação de um conteúdo particular[1]. Tratar-se-á, em última análise, de afastar a linguagem de toda a concepção instrumentalista[2].

Benjamin afirma que toda a linguagem humana comunica a essência espiritual que lhe corresponde. Nota-se, contudo, que tal essência espiritual comunica-se na linguagem e não pela linguagem. Ressalta-se com veemência que toda a linguagem se comunica a si mesma, isto antes de poder ser, ainda que ilusoriamente, instrumento de comunicação de um conteúdo particular. É então que surge a concepção da linguagem como magia, a propósito de toda a comunicação espiritual - que se produz na linguagem e não pela linguagem. A “magia da linguagem” está em que ela comunica em si mesma, e de forma absoluta[3]. Benjamin distingue-a de uma falsa magia inerente ao uso instrumental da linguagem, uso que será alvo de uma tentativa de libertação. Assim, como a linguagem das coisas e dos acontecimentos, também a linguagem humana exprime e comunica antes de toda a comunicação instrumental. Daí o propósito central que norteava Benjamin: libertar toda a linguagem do caráter instrumentalista. Em tal processo, distinguem-se duas linguagens: a linguagem das coisas e a linguagem dos nomes.

A linguagem das coisas é a própria essência lingüística das coisas e que se comunica ao homem. Porém, no caso da linguagem do homem, sabemos que ele fala por palavras onde comunica a sua própria essência espiritual - e isto denominando todas as outras coisas. E é assim que Benjamin lança a questão: comunica-se a quem tal linguagem? O autor assinala a diferença então ao nível do destinatário destes dois tipos de linguagem. Por um lado, as coisas e os seres da natureza comunicam-se ao homem. Mas, por outro lado, quando o homem nomeia, no nome, a essência espiritual do homem transmite-se a Deus. Liberta assim a linguagem humana de uma concepção instrumental, a que ele chama de “concepção burguesa da linguagem”. Deus é a testemunha dessa faculdade humana de nomear, pela qual a humanidade exprime a sua essência espiritual. Benjamin rompe, deste modo, com qualquer teoria da linguagem que associe a palavra humana a funções meramente pragmáticas, uma característica da concepção burguesa da linguagem.

Esta faculdade de nomear faz do homem uma instância privilegiada da Criação divina – é que a Criação completa-se justamente através do ato de nomeação do homem. E é assim que se estabelece uma graduação de todos os seres espirituais, segundo “graus de existência” ou “segundo graus de ser”, como já sucedia na escolástica, em função do conceito filosófico-religioso de revelação. A idéia de Benjamin é a de que o domínio espiritual mais elevado da religião é simultaneamente o único que o inexprimível não conhece. Porque é interpelado no nome e se manifesta como revelação. Imagina-se, então, uma ordem genealógica da linguagem, a partir de um evento eruptivo.

No entanto, Benjamin sustenta em seu ensaio Sobre a linguagem, que só em Deus existe a relação absoluta do nome com o reconhecimento, só aí o nome é idêntico à palavra criadora. Considera, portanto, ter havido na comunicação entre os homens a perda da linguagem originária – a linguagem dos nomes, que nada sabe da exterioridade e na qual o nome e a coisa coincidem de maneira quase absoluta. É que, como afirma, a linguagem só se exprime de um modo puro quando fala no nome, a verdadeira e última invocação da linguagem. No nome, acumula-se “a totalidade intensa da linguagem”. Mas fora dele, no uso, fica a indeterminação, dado que nunca se trata nem da verdadeira nem da última invocação da linguagem.

A partir do momento preciso da perda da linguagem originária e da multiplicação de linguagens, toda a linguagem humana é apenas reflexo da palavra no nome. Assim, a linguagem surge com possibilidades limitadas. Isto quando comparada com a palavra Criadora, a palavra de Deus. E então o reflexo mais profundo a que podemos aceder é o nome humano – só aí atingimos uma modesta participação íntima na palavra divina, na sua infinitude. No entanto, ressalta que nesse mesmo ponto que é o nome a palavra não pode tornar-se palavra finita nem conhecimento. Ou seja, não pode ser alvo de uma única e última interpretação, de uma análise definitiva. Não é sempre ou necessariamente o mesmo aquilo a que a linguagem se refere. E deste modo, é linguagem dispersada e transformada num “mero sistema de signos arbitrários”.

Com o uso da linguagem, surge perante nós, marcada pela convenção, cada denominação que pode assim nomear uma ou outra coisa. Enfatizando como é evidente e determinante a brecha que se abriu aqui entre a coisa e o nome: dá-se a perda da linguagem dos nomes, o que ocorre no momento preciso em que o uso chega. Esta idéia da linguagem dos nomes parece conformar-se à idéia tradicional de obra de arte, que Benjamin tão bem reflete, principalmente no seu ensaio sobre a “Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica” (1936/1937).

Na tradição, a obra de arte é apresentada como com uma existência autêntica, única, com o hic et nunc de um evento irredutível e insubstituível: como a aparição daquilo que permanece protegido da reprodutibilidade geral. A obra de arte tradicional gera um efeito de sacralização, produzido pela aura, que remete de volta a uma função ritual; em certa medida, ela é um nome. Como mostra Benjamin neste ensaio sobre a “Obra de arte”, é a reprodução técnica que destrói a autenticidade da obra de arte tradicional. Isto é também visível no processo que submete a linguagem ao princípio da reprodução, e nomeadamente da reprodução técnica. Mas a forma que a linguagem assume na era da reprodutibilidade técnica é precisamente esta: falar e escrever em clichês. Quando “cunhamos ditos” usamos em cada vez expressões tão gastas que acabam por assegurar que a linguagem criada pela imprensa, que é tida como a instituição da reprodutibilidade técnica, é uma linguagem de citações sem referências. A citação aparece assim como um vestígio da comunicabilidade no interior da própria comunicação.

Sob uma nova perspectiva da linguagem em Walter Benjamin, pode-se ressaltar a importância da leitura que este fez de Franz Kafka. Tal leitura desenvolve-se entre 1934 e 1938, as cartas entre Benjamin e seu amigo Gershom Scholem demonstram como essa troca de idéias foi relevante, principalmente para a consolidação de parte das “Teses sobre o conceito de história” (1940), versando principalmente a filosofia messiânica da história. Sabe-se que Benjamin leu em 1927, O Processo, de Kafka. A interpretação que então fez divergiu da que lhe era proposta por Scholem.

Pode-se considerar que Benjamin tenha tido duas etapas nas leituras que fez de Kafka. Na primeira leitura verificou como a transição da tradição para a modernidade se manifesta do ponto de vista da modernidade, como uma possibilidade que se abre. Na segunda etapa, refletiu o ponto de vista da tradição. O ensaio que escreveu sobre Kafka, “Franz Kafka. A propósito do décimo aniversário de sua morte” (1934), têm uma linha de argumentação bastante clara. O ponto de partida é um exame da natureza do mundo de Kafka, centrado no lugar que nele ocupa a lei: “é certo que na obra de Kafka o direito escrito existe nos códigos, mas eles são secretos, e através deles a pré-história exerce seu domínio ainda mais ilimitadamente”[4]. O caráter secreto da origem da lei torna a situação do acusado desesperada. E é esse desespero que “revela a beleza” do acusado. É que Kafka torna belo o desespero daqueles que sofrem uma lei desconhecida, através da descrição da sua situação sem solução aparente, sejam quais forem as suas esperanças individuais. Este desespero distancia a obra de Kafka da restauração do mito:
“Kafka não cedeu à sedução do mito. Novo Odisseus, livrou-se dessa sedução graças ao ‘olhar dirigido a um horizonte distante’[...]. Pois Odisseus está na fronteira do mito e do conto de fadas. A razão e a astúcia introduziram estratagemas no mito; por isso, os poderes míticos deixaram de ser invencíveis. O conto é a tradição que narra a vitória sobre esses poderes. Kafka escreveu contos para os espíritos dialéticos quando se propôs narrar sagas”[5]

A dialética da interpretação benjaminiana de Kafka oscila, pois, nesta dupla referência: por um lado, um mundo anterior ao mito; por outro, um mundo que o superou, justamente pela existência da lei. Ao fazer parte de um mundo em que a realidade da lei é legitimada no tocante à sua forma escrita, Kafka não pode deixar de apresentar a opacidade dessa lei para o indivíduo, em termos de alguma origem escrita. Trata-se assim de um mundo pré-histórico e pós-mítico, pela sua apresentação da forma racional da lei. A principal conseqüência dessa ambivalência é a indeterminação interpretativa, e será esta indeterminação que constituirá o significado da obra de Kafka.

O mundo de Kafka é determinado só na sua indeterminação. Como afirma Benjamin: “toda a obra de Kafka representa um código de gestos, cuja significação não é de modo algum evidente, desde o início, para o próprio autor; eles só recebem essa significação depois de inúmeras tentativas e experiências, em contextos múltiplos”[6]. Isto do mesmo modo que os seus personagens usam para, em vão, extrair um significado conclusivo das circunstâncias em que se inserem. As histórias de Kafka pedem para serem lidas como parábolas e, ao mesmo tempo, recusam-no.
“Não são parábolas e não podem ser lidas no sentido literal. São construídas de tal modo que podemos citá-las e narrá-las com fins didáticos. Porém conhecemos a doutrina contida nas parábolas de Kafka e que é ensinada nos gestos e atitudes de K. e dos animais kafkianos? Essa doutrina não existe; podemos dizer no máximo que um ou outro trecho alude a ela. Kafka talvez dissesse: esses trechos constituem os resíduos dessa doutrina e a transmitem. Mas podemos dizer igualmente: eles são os precursores dessa doutrina, e a preparam. De qualquer maneira, trata-se da questão da organização da vida e do trabalho na comunidade humana”[7].

De qualquer modo, “no espelho da culpa, que o mundo primitivo lhe apresentou, ele viu apenas o futuro, sob a forma do tribunal”[8]. Mas, acrescentou Benjamin: Kafka “não contou como ele era”. Evidencia-se neste ensaio que Kafka compreendeu as coisas somente na forma de um gestus, mas que não foi capaz de compreender esse gestus em si. E, deste modo, em Kafka a narrativa retoma a significação que tinha na boca de Scherazade, nas Mil e Uma Noites: “adiar o que está por vir”[9].

Como já dissemos acima, havia sido Scholem que motivou Benjamin para a leitura de Kafka. É, então, que ele encontra uma afinidade com a linguagem do juízo final, o prosaico na sua forma mais canônica. Fazendo jus à originalidade do seu pensamento, para Benjamin o aspecto de maior saliência nas leituras de Kafka é a ignorância que perpassa por todo o seu mundo, e que vai tomar a forma de esquecimento.

A propósito disto, Benjamin cita Willy Haas, sobre O Processo: “o verdadeiro herói desse livro inacreditável, é o esquecimento”. E continua: “cujo principal atributo é o de esquecer-se a si mesmo... Ele se transformou em personagem mudo na figura do acusado, figura da mais grandiosa intensidade”[10]. Onde Scholem vê julgamento, Benjamin vê memória, uma memória de que o personagem K. está para sempre alienado: “quando outros personagens têm algo que dizer a K., eles o dizem casualmente, como se ele no fundo já soubesse do que se tratava”[11]. Podemos notar nessa passagem que é como se nada de novo estivesse a ser comunicado, e ele fosse apenas convidado a relembrar.

Benjamin asseverou como a obra de Kafka indica um estado do mundo em que tais perguntas não têm mais lugar porque as suas respostas, longe de serem instrutivas, tornam as perguntas supérfluas. A experiência do presente, e com certeza a modernidade também, em termos da sua forma, nova e radicalmente abstrata formula por si mesma perguntas suficientes. É a questão do homem dilacerado, o homem moderno tentando recolher as suas migalhas e partes. Nesse sentido, pode-se observar como os escritos de Kafka proporcionaram a Benjamin elementos de análise do pólo da tradição – mas de uma tradição em luta com a modernidade, e dessa mesma tradição em crise. Também a modernidade em Kafka é assim vista sob o signo da tradição e da cabala, como forma de interpretação e de conhecimento.

Segundo a teoria da linguagem de Benjamin, o que a linguagem tem de comum com a sua comunicabilidade é uma ínfima e inumerável sombra de verdade. Verdade essa que está acima de qualquer linguagem em particular. A importante tentativa de comunicar a experiência da modernidade numa linguagem da tradição e o seu fracasso, afirma Benjamin, tornam a obra de Kafka exemplar para ilustrar o seu pensamento. Porém, o que é central na obra de Kafka para esta questão é a indeterminação interpretativa, que constitui o significado da obra kafkaniana. Como em Benjamin, a verdade, também, está nos livros, numa escrita primeira afastada na distância, a que não temos acesso. É que o seu caráter secreto não nos permite ter as coisas pela linguagem de forma definitiva, alguma vez acabada. Há aqui, como em Benjamin, o desespero paradoxalmente fascinante de não nos podermos adaptar à convenção; o tal prazer em que se “articulam sentidos e espíritos”, na interpretação, na crítica e na análise.












Referencias Bibliográficas:

BENJAMIN, W. Magia e Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad.: Sérgio Paulo Rouanet; prefácio: Jeanne Marie Gagnebin. 7. ed. SP: Brasiliense, 1996. (Obras escolhidas; v. I)

_________________. Rua de mão única. Trad.: Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. SP: Brasiliense, 1987. (Obras escolhidas; v. II)

_________________. O conceito de crítica de arte no romantismo alemão. Trad.: Márcio Seligmann-Silva. 3ª ed. SP: Iluminuras, 2002. (Biblioteca Pólem)

________________. Origem do drama barroco Alemão. São Paulo: Brasiliense, 1984.

______________; SCHOLEM, G. Correspondência. Trad.: Neusa Soliz. SP: Editora Perspectiva, 1993. (Coleção Debates, Filosofia)

BENJAMIN, A.; OSBORNE, P. (orgs.). A filosofia de Walter Benjamin: Destruição e experiência. Trad.: Maria Luiza X. de A. Borges. RJ: Jorge Zahar, 1997.

____________. O Castelo. Trad.: Modesto Carone. SP: Companhia das Letras, 2000.

ROCHLITZ, R. O desencantamento da arte: a filosofia de Walter Benjamin. Trad.: Maria Elena Ortiz Assumpção. Bauru, SP: EDUSC, 2003.

[1] Cf. Rochlitz. O desencantamento da arte. p. 24.
[2] Hans-Georg Gadamer em Verdade e Método, desenvolve uma “uma hermenêutica também oposta às concepções instrumentalistas da linguagem. Segundo ele, a linguagem é o ‘meio universal no qual a compreensão ocorre’ e não é, portanto, como em Benjamin, uma concepção mística conferindo ao homem um papel messiânico na Criação, mas uma teoria profana do primado da tradição inerente à linguagem sobre a razão e o conhecimento”. Idem, p. 34 e 35.
[3] Cf. Idem, p. 24.
[4] Benjamin, Obras escolhidas, v. 1, p. 140.
[5] Idem, p. 143.
[6] Idem, p. 146.
[7] Idem, p. 148.
[8] Idem, p. 154.
[9] Idem, ibid.
[10] Idem, p. 156.
[11] Idem, ibid.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Engenho das Idéias

Em breve abrirá em Bauru um novo espaço para as idéias florecerem!!!
Uma nova proposta em ensino de Filosofia, Artes, Crítica, Sociologia, Atualidades e escrita textual...



Espero a visita de todos...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Recomeçar sempre!

Viver é um eterno vir-a-ser...

Vir-a-ser, tornar-se, reciclar-se, aceitar-se....

Não podemos abaixar a cabeça para as adversidades, parece clichê, mas é verdade. As pessoas não vislumbrar viver em harmonia. O caos e a desunião é que reinam o tempo todo...Temos que ter bom senso e contornar as situações. Cada dia que acordo é um recomeço, dormimos, na maioria das vezes para esquecer os problemas, mas essa não é a melhor solução. Pois teremos um sono perturbado. Temos que nos despir da angústia, e enfrentar tudo! De cabeças erguidas!
Não quero nem tocar em questões teológicas, mas o mal está aí.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Um Cão Andaluz

O cinema surrealista tem como marco este filme, que se tornou um clássico por seus recursos de montagem e sonoplastia. Exibido pela primeira vez em 1929, em Paris, o filme foi aclamado e muito estudado, contudo, o simbolismo que alguns acham que o filme possui, não existe! Buñuel e Dali queriam expressar a sua crítica, justamente nesse sentido. Pois não há sentido e nem simbolos, o filme, segundo os seus roteiristas, não passa de puro sonho.
É imprescionante a rapidez dos cortes das imagens, é o efeito, a técnica a serviço do olhar do espectador. O filme é justamente um clássico por ainda hoje provocar o efeito de choque "da navalha".
A luz morna que ultrapassa a vidraça da janela...
Eu,
estou/não estou, sou/não sou, quero/ não quero, posso/não posso,
eis que,
penso, penso em...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

experiencias surrealistas

como, por exemplo, receber um selinho da Elke Maravilha

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Amar / não-Amar

AMAR NÃO-AMAR
SOFRER NÃO-SOFRER
FELICIDADE? FELICIDADE?

Sobre o tempo...

Alguns apontamentos a serem desenvolvidos posteriormente:

A questão do tempo intriga filósofos desde a antiguidade. Indagavam a respeito das coisas que os cercava, depois sobre o tempo e sobre o ser... (depois Heidegger retoma a tematica na celebre obra inacabada, Ser e Tempo)
Como medir o tempo, a história, o movimento?
Walter Benjamin também discutirá a questão do tempo....

Mas o que eu, eu mesma, estava pensando ontem quando assistia a TV, é que ainda hoje temos diferentes parâmetros de temporalidade. Ainda hoje, na África temos diversos povos, mesmo países inteiros, que se orientam pela luz solar, tem rituais de chá que duram, em média 3h.
Fico imaginando despreender esse tempo em nosso mundo capitalista desenvolvido?

....

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Uma viagem,

As aventuras de uma jovem intelectual envolvem muitos livros, leituras, escritos, “viagens” e muita criatividade. Sou formada em filosofia. Mas aí já rola o desconforto: rotulo-me. Como se isso definisse a minha verdadeira essência, como se eu não tivesse uma real identidade, até mesmo, como se eu não fosse uma pessoa, fosse uma coisa. Estamos sendo e estando coisificados. Em seguida perguntam-me: Você faz o que? Eu penso, sempre penso... : Estudo! Estudo, pesquiso e escrevo. Assim como estou escrevendo para vocês agora, para que leiam e reflitam.
Partindo desta premissa, não posso escrever algo que não seja relevante para a vida prática de vocês. Certo? Errado. Vou contra a aplicação de um conceito preciso. Escrevo sobre algo abstrato, e que abrange o todo. E certamente não deve ser tomado como “auto-ajuda”. Pois a filosofia deve ser cultivada, semeada (no sentido literal) e não usada como um “manual”. A importância da propagação do saber filosófico é essencial para que as verdadeiras mudanças ocorram.
Como já disse “eu” estudo. Mas estudo o que? Estudo Teoria Crítica, Walter Benjamin (e a turma da Escola de Frankfurt). Mas o que isso tem haver com a sua vida? O que se pretende? Qual a finalidade? Aliás, finalidade é uma palavra muito em uso. É comum dizermos: para que serve? Qual o seu fim? O que importa é como iremos usar isso em benefício próprio. Como obteremos mais sucesso.
Hoje, a sociedade está tão fragmentada, dilacerada que o sentido de totalidade está perdido. Ao contrário do que se pensa, o indivíduo não está mais autônomo, livre, do que no final do século XIX. As amarras sociais estão confortavelmente dispostas. O indivíduo circula por esse “hiper-campo” de bens de consumo dependendo cada vez mais do sistema que o oprime. A liberdade foi perdida. Cabe a filosofia retomar a Razão. Ou em outras palavras fazer a revolução, mas como?
A filosofia da história de Benjamin já dizia que a emancipação dos indivíduos está muito ligada à imagem. A imagem daquilo que está abandonado, esquecido, do “fantasmagórico”. Já o teatro, a poesia de Bertolt Brecht (Perguntas ao operário que lê) o complementa. Numa postura quase didática prepara a classe operária, para aquilo que Benjamin conceitua como “rememoração”. Pois será através dessa rememoração que as atrocidades do passado vêem a mente e pode-se ter consciência de todo o mal que a humanidade cometeu. Pois como Benjamin afirmou em suas “Teses sobre o conceito de história” (1940): “Todo monumento de cultura é também um monumento de barbárie”. Assim, quando vemos as pirâmides do Egito, temos os milhares de escravos. Ou quando na convencional aula de história ouvimos sobre Alexandre, o grande, nunca paramos para pensar que ele não chegou às Índias sozinho. Mesmo aqui no Brasil, a questão dos indígenas oprimidos pelos colonizadores está sendo varrida para baixo do tapete a mais de 500 anos.
Um dos diversos papéis sociais da filosofia é esse, propor o esclarecimento. Nas minhas breves linhas de divagações queria explicitar, expor, apontar, delimitar. Para que a compreensão de algo tão importante não acabe se perdendo neste tempo em que a aparência, o consumo e as relações pessoais enfraquecidas estão em voga.

C´la vie

disponibilidade
acaso+química=?
relacionamento

querer ter, querer retribuir, querer ficar
intensidade
profundidade

imaturidade

não querer ter, não querer retribuir, não querer ficar
superficialidade
afastamento

dor

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

novas idéias/velhos planos

ler ler ler
escrever escrever
amar?

UFSCar/ A perspectiva surrealista de Walter Benjamin e A Interpretação dos Sonhos

Esta comunicação tem como base o ensaio, "O surrealismo. O último instantâneo da inteligência européia" (1929), o qual nos encaminha para uma visão singular da vanguarda para Walter Benjamin. Pois, para o autor, somente o dadaísmo e o surrealismo são considerados autenticas vanguardas artísticas. É nesse sentido de fundamentação que buscaremos na obra freudiana uma resposta para a “embriaguez” que Benjamin apresenta em seu ensaio. A interpretação dos sonhos (1899/1900), de Sigmund Freud, preencherá as lacunas do texto benjaminiano, na medida em que se fizer necessário. Buscaremos saber em que nível o “observador alemão” influenciou a interpretação desse movimento vanguardista que primava a psicanálise freudiana. A “crise da inteligência européia”, do conceito humanista de liberdade, está no cerne desta pesquisa, pois será a partir desta conjectura que será fomentado o terror, que Benjamin já profetizava neste ensaio.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Outro olhar histórico: tese número 7 e a poesia brechtiniana

A proposta de um novo olhar histórico apresenta-se não somente nas “Teses sobre o conceito de história” (1940), como também em Alguns temas em Baudelaire (1936-1939), no ensaio “O narrador” (1936), na introdução da Origem do drama barroco Alemão e no livro das Passagens (Teoria do Conhecimento). Contudo é importante ressaltar que o pensamento constelado benjaminiano traz consigo elementos do romantismo alemão, do messianismo judaico e do marxismo, para então, formular uma interpretação original da História. Nessa interpretação está incutida a crítica ao progresso, ao positivismo que demarca os conceitos de história. Tal iluminação perpassa os escritos de Benjamin desde 1914 até 1940, ano de sua morte.

A crítica do progresso tem origem romântica, contudo ganha significado messiânico revolucionário. O conceito de progresso tem uma função crítica na sua origem, mas no século XIX, com a ascensão do poder da burguesia essa função vai desaparecendo gradativamente. A historiografia do século XIX torna-se, então, cúmplice da barbárie de toda a cultura. É sob esta perspectiva que se tem a necessidade de submeter o conceito de progresso a uma crítica imanente pelo materialismo histórico. A articulação com o materialismo histórico acontece por volta de 1924, para contestar as doutrinas do progresso ilimitado e contínuo da social-democracia e do comunismo stalinista.

A crítica veemente de Benjamin contra o progresso da própria humanidade vai em direção ás descobertas técnicas, ao desenvolvimento das forças produtivas e à dominação da natureza. Pois a utilização bélica das novas técnicas (aperfeiçoamento técnico dos meios de guerra) e máquinas só intensifica a exploração do próprio indivíduo. Sob essa perspectiva que a revolução é louvável, pois somente pela revolução que se atingiria a interrupção messiânica do curso da história. Nas “Teses” a crítica é mais radical e profunda a respeito das ideologias do progresso, Benjamin está tratando do declínio da experiência (Erfahrung) do mundo moderno, que se inicia com o advento da manufatura e a produção de mercadorias. Experiência no sentido de declínio da Erfahrung coletiva e a ruptura do encantamento libertador, ou seja, há uma destruição, por meio da técnica, da relação homem e natureza que deve ser reconciliada. As experiências passadas e as experiências presentes como uma revisão do passado pelo presente, ou seja, salvar o que foi esquecido.

O operário, segundo Benjamin, é o autômato impermeável à experiência, são os passantes na multidão, as massas amorfas. O poema de Brecht, Perguntas de um operário que lê, é exemplar nesta discussão: pois “quem construiu Tebas, a das sete portas?”. “A Babilônia, tantas vezes destruída, quem outras tantas a reconstruiu?”. Ou ainda, “a grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu?”. É nesse sentido que vai a discussão sobre o progresso e a história. A perspectiva da razão tem que ser enaltecida. Contudo a alegoria do autômato está sobressaindo-se. O caráter mecânico, vazio e repetitivo da vida na sociedade industrial. Os indivíduos têm que se conscientizar do seu passado, através da rememoração (Eingedenken), da redenção ao passado. A rememoração coletiva das sociedades sem classes, vivendo em estado de harmonia edênica com a natureza. Ou seja, o conceito de história benjaminiana, assim como a história para Hegel vai ter um telos, um fim. E este fim chegará quando o homem emancipado reconciliar-se-á com a natureza e com a sua própria Razão, e viverá no antiautoritarismo e antipatriarcalismo. Ou seja, quando o indivíduo atingir a sua completude, que é um processo de uma espera messiânica de redenção que cada geração transmite à seguinte; por isso da importância de uma historia narrada de geração para geração. Contudo o progresso que impedirá a realização dessa redenção. Na alegoria da tempestade (tese 5, 6, 7 e 9), o vento da história representa o vento do Absoluto, que sopra do Paraíso, mas a tempestade que se aproxima é o progresso. O homem deve ir ao encontro do movimento histórico, ou seja, do Absoluto. Ainda cabe afirmar que é sob o signo de um olhar surrealista que devemos buscar o passado prematuramente em ruínas, juntamente com a idéia de progresso, para então chegarmos a natureza da rememoração.

Retomando a poesia “didática” brechtiniana, é somente a revolução proletária que pode e deve operar a interrupção messiânica do curso da história. Será pelas forças de rememoração que os operários recuperarão a experiência perdida, que os orientarão para o futuro messiânico/revolucionário.
“O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
(...)
Tantas histórias
Quantas perguntas”

A figura do historiador aparece em 1936 no ensaio “O narrador”, ele possui traços do cronista – quer-se resgatar os antigos hábitos de contar, de narrar histórias, de colocar a imaginação e a rememoração em prática. Pois o autor desconfia do historiador racional que explica “exatamente” como aconteceram os fatos do passado, por meio de causalidades, ao invés de apresentá-los como ilustrações significativas. É desta forma, que o historiador das teses herda traços do cronista (tese 3). Por meio dessa argumentação que a ciência da história será suspeita de empatia à sistemática dos vencedores. Pois até hoje a história foi apresentada da perspectiva dos “fortes”, dos lideres e vencedores; se esquecem que para um líder ser forte muitos escravos e trabalhadores tiveram suas vidas aniquiladas, e povos inteiros foram oprimidos. Benjamin quer rememorar e narrar com veracidade esses fatos de opressão para que a revolução seja feita com consciência. A história deve ser entendida do ponto de vista da “classe combatente”, do verdadeiro ponto de vista universal e emancipador da história messiânica. Ou seja, há uma reapropriação de uma parte alienada das forças salvadoras.

A história deve ser entendida pelos povos oprimidos que ergueram os grandes monumentos. Não à história dos vencedores! Deve-se compreender que antes de um grande vencedor, herói ou ditador, há o povo. Desta maneira, o povo que deve ser alvo dos estudos, e não por uma “empatia” (conceito empregado pelo próprio Benjamin) que se deve estudar a história “limitada”. Sabe-se que os vencedores são os herdeiros dos que triunfaram antes, e ao estudarmos estes estaremos fortalecendo os dominadores. Fortalecendo no sentido de que o povo não se reconhecerá. A noção de justiça (tese 12) aparecerá, então, como uma vingança geral das classes oprimidas. Este será o motor da revolução social. O que é uma visão problemática: se todos clamarem em nome da vingança terá uma vingança ad infinitumm – na medida em que todos se acharam injustiçados e buscarem essa justiça. Em contrapartida essa noção de justiça benjaminiana se aplica ao “estado de exceção permanente”, ou seja, a uma política autoritária (leia-se fascismo) que é uma regra na história. Contudo o elemento concreto da libertação é o ato do historiador que salva um passado do esquecimento, para que posteriormente ele possa ser rememorado, esta é uma ação revolucionária. Salvar o passado da opressão e do esquecimento, resgatar à memória.

O poema de Brecht vai em direção aos escritos sobre a história crítica apresentada por Benjamin. Ele é exemplar pelo fato de demonstrar ao operário a sua importância no meio social em que vive, e que estava presente em todo o percurso histórico: sem os trabalhadores os heróis não seriam heróis; sem a opressão não haveria dominação. No entanto, o mais importante é a conscientização de que, na verdade, os trabalhadores que são os verdadeiros heróis, pois estavam ativamente ligados a cada empreitada de seu “senhor”. Fortalecendo, assim, a máxima de que “todo monumento de cultura é também um monumento de barbárie”. Não se testemunha a cultura sem se testemunhar também a barbárie. Theodor Adorno terá uma visão de cultura similar a de Benjamin, apresentadas, principalmente na Dialética do Esclarecimento (1947), Mínima Moralia e “Educação pós-Auschwitz”. Para Adorno a história do ocidente é contada desde o massacre cometido por Ulisses até Auschwitz, numa mesma escala. Logo, a cultura passa a ter um alvo certeiro para o nosso estudo, pois ela está impregnada de barbárie. Até mesmo o seu processo de transmissão está submetido ao aparato da barbárie. E qual é a solução proposta por Walter Benjamin? É a de que o historiador crítico se desvie da cultura bárbara; que compreenda o fio condutor da história no seu interior, que entenda as grandes civilizações, os grandes palácios e reinos, por aqueles que os habitavam. É justamente a tarefa, segundo Benjamin, de “escovar a história a contrapelo”.

Deve-se liquidar o elemento épico quando se estuda a história, como um impulso contra as falsas continuidades da história. A história dos oprimidos é um descontinuum; o problema é gerado quando os historiadores tradicionais nivelam num continuum todo o sofrimento e revolta (como, por exemplo, no caso de Auschwitz, que nominaram o genocídio, quando se usa a linguagem para denominar algo repulsivo isso não se torna mais tão asqueroso, ver “Educação pós-Auschwitz”, Adorno). Não se trata de análise dos massacres e opressões que existiram ao longo da história, é a crítica. A desumanidade não é somente regressiva, ela ultrapassa tudo o que já foi cometido. A proposta de outra história que não seja a dominante, para que não sejamos injustos com os milhares de trabalhadores e escravos anônimos de todos os tempos. Deve-se procurar aquela cultura autêntica e não bárbara que o passado nos transmite. A arte autêntica contém um caráter emancipatório, esses monumentos ditos culturais não: os palácios, os arcos do triunfo, a muralha da China só contém opressão. A arte salva do emudecimento e do esquecimento certas experiências da humanidade, conservam a esperança e a derrota. Assim, os sonhos que não puderam se tornar ação em seu tempo são petrificados. A crítica tem a tarefa de estudar as obras de arte produzidas, e “traduzí-las”, arrancando-as do esquecimento, rememorando-as. Essa é a contribuição do historiador crítico para escrever a “história dos vencidos”.

A acedia que Flaubert conhecia. Essa tristeza que os teólogos medievais apresentavam em seus textos. Já na Origem do drama barroco de Benjamin era analisada como “preguiça do coração” e “tristeza mortal”, será para fugir dela que o autor coloca o seu pensamento a favor da transformação social. Em nome da emancipação, da justiça e da felicidade. Assim, esse processo de conhecer o verdadeiro passado ganha um caráter de ação política integral. O método do pensamento histórico em Benjamin consiste em: memória involuntária; apreensão instantânea de uma imagem furtiva; salvação trazida por um perigo iminente e; classe oprimida constituindo o sujeito da história. O sujeito inserido desta forma na História é um sujeito finalizado que procura transcender-se, contudo, ele herda as revoltas do passado. O objeto histórico e o sujeito que conhece essa história estão ligados pela verdade (que deve sempre comprovar-se), pelo ato de revelar-se um ao outro. A libertação desse passado de opressão só ocorrerá quando houver uma detenção do processo histórico. Essa detenção ou “imagem dialética” é uma imagem do sonho da humanidade libertada. Este é um conceito difícil, pois Benjamin não o desenvolveu – mas pode-se dizer que segue o modelo da análise marxista da mercadoria. Mas em breves linhas, consiste em extrair uma imagem, recolher do passado e libertá-la da fantasmagoria que a condenou ao fracasso do esquecimento. O médium entre essa “imagem dialética” será a linguagem, que pela narração será transmitida pelas gerações. Assim, o presente tem influência tanto com o passado quanto com o futuro, haja vista que as gerações futuras só serão emancipadas se deterem todo o conteúdo em que os seus antepassados viveram. Sem as falsas continuidades que a história positivista nos apresentou. Walter Benjamin viveu a guerra, o nazismo, o exílio. Viu nascer uma república que se fundava em valores humanísticos, universais e democráticos: a República de Weimar. Mas esta sociedade civilizada gerou a maior barbárie do século XX. Nenhuma sociedade está imune a tais regressões do espírito, por isso que as “Teses” surgem como um sopro em meio a essa tempestade que se forma no céu, um sopro de esperança, para que se olhe para trás e recordem dos mortos desta carnificina histórica.


Referências Bibliográficas

BENJAMIN, W. Obras Escolhidas. Trad.: Sérgio Paulo Rouanet. 7 ed. SP: Brasiliense, 1994. (v.I)

____________. Obras Escolhidas. Trad.: Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. 5 ed. SP: Brasiliense, 1995. (v.II)

____________. Obras Escolhidas. Trad.: José Carlos Martins Barbosa e Hemerson Alves Baptista. 3 ed. SP: Brasiliense, 1994. (v. III)

LÖWY, M. Romantismo e Messianismo. Trad.: Myrian Veras Baptista e Magdalena Pizante Baptista. SP: Perspectiva, 1990. (Col. Debates, v. 234)

ROCHLITZ, R. O desencantamento da arte. Trad.: Maria Elena Ortiz Assumpção. Bauru, SP: EDUSC, 2003.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

sobre o filme Últimos Dias

http://www.lastdaysmovie.com/site.html


Primeiramente vou dizer que o site do filme é de primeira!
O filme foi selecionado para o festival mde Cannes, mas e aí ?
Sinceramente o filme é tedioso, pode ser cult, mas nem de longe é uma obra prima. O filme é uma referência a juventude do início dos anos 90. Mais uma vez o diretor de Elephant (2003), Drugstore Cowboy (1989) entre outros, retratou a juventude. A banalidade sexual, as paranóias, o delírio e principalmente o desapreço a vida. É com pesar que eu digo, esse filme é oportunista e pretensioso.

Angústia, Ansiedade...

tem hora que a própria hora não passa...
a angústia, a ansiedade, tudo vai somando-se...
um nó na boca do estômago, um pavor, um medo...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Estou me preparando para uma viagem
Será um reencontro de amigos e lugares, é uma nova descoberta...
Experiencias, experimentar, expor...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

hummm

As vezes é bom ficar rindo a toa. Não vendo a hora passar...

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

as vezes me sinto sozinha, outras me sinto necessariamente sozinha...
envolvida livremente entre os meus livros, me sinto como um ser magico, que tem poderes ao deter os conteudos que cada livro traz consigo...
a narracao, a arte de contar historias, a narrativa transmite sempre algo novo, magico...

...

AGORA SÓ PENSO EM ESCOVAR A HISTÓRIA A CONTRAPELO!!!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

continuo afirmando que esses carinhas não querem nada sério...

mas e eu quero?

FIMDESEMANA

Uma amiga me disse que eu só arrumo rolo!!!!
Será?
Mas as relações interpessoais estao ficando cada vez mais descatáveis e imediatizadas...a relação do dialogo desapareceu. Sempre tem que ter um fim. Os meios foram esquecidos. (vide Eclipse da Razão de Max Horkheimer).
O que é realmente real?

terça-feira, 31 de julho de 2007

PRESSÃO

panela de pressão
pressão
pressionar
pressionado

sexta-feira, 20 de julho de 2007

legal

o mais legal de se ter um blog e escrever nele depois que você chega em casa é que sempre há uma surpresa, rsrs

quinta-feira, 19 de julho de 2007

generosidade

eu acho q todos nós temos que ser generosos...
dar, sem ter que receber
kkkk

a galerinha ta mto possesiva...
uma de "meu" amor para cá. meu amor para lá...
tem limites

jogos panamericanos

putz!
até chorei na abertura do XV Jogos Panamericanos, Rio 2007. Confesso que fiquei apreensiva com o conteúdo da apresentação de abertura e com a violência do Rio, mas tudo foi tão bonito.
Fui assistindo...
na segunda a tarde, vendo a ginástica olímpica, pensei: culto ao corpo, perfeição, décimos....Caiu a ficha!
Como eu me deixei envolver nessa cultura de massa, mesmo sendo um esporte, é na verdade um culto à mídia. Um espetáculo para conter as massas como um show de Axé, rock ou Pop.
As luzes, as cameras, os jornalistas...
Depois dessa, só a queda de outro avião para ser mais sensacionalista!

sobre história e barbárie

anotações:
continum do tempo
relação do judaismo/cabala com a tradição e historicidade
monumentos de cultura/monumentos de barbárie
papel dos trabalhadores
materialismo histórico

escrever o texto URGENTE!

Caetano Veloso - Só Vou Gostar De Quem Gosta De Mim

De hoje em diante vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim

Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela quando a gente ama
Tem um amor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar
Chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim

Não vai ser fácil, eu bem sei
Eu já procurei, não encontrei meu bem
A vida é assim, eu falo por mim
Pois eu vivo sem ninguém

domingo, 8 de julho de 2007

É SÓ DESILUSÃO

Desilusão, desilusão

Quando a gente conhece um cara lindo maravilhoso, o que acontece? Uma semana depois descobrimos que o cara é bonito e podre! É tanta mentira que nao sabemos de mais nada.
Aí eu penso, quero alguem legal para ficar comigo...putz, isso é phoda!
Porque os legais são uma raridade!
Mas no fundo a gente sabe o que quer, sempre sabe...

CAETANEANDO

Como eu fiquei um bom tempo sem escrever por aqui, eu preciso atualizar as coisas!

Bom...

Depois de conhecer o Caetano, eu descubro que ele é adorniano!!!

RETORNO

Depois de um período de ostracismo na remota unesp/marília eu retorno rapidamente...

terça-feira, 19 de junho de 2007

COCA

odeio homem que cheira!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

O RECALQUE MOVE O MUNDO!

é a conclusão de tudo até agora.

INDEPENDENCIA

por que não podemos vivier sozinhos? por que temos que ser animais sociais?
me dá uma raiva. Queria não precisar de certas pessoas por perto, mas deve ser um vício ou uma doença!
E quando a gente acha que está se curando, aparece uma nova epidemia...

SIMPLICIDADE

Ontem estava num lugar mágico. A atmosfera era suave, a música primordiosa...
A fogueira...
Os amigos...
Acho que todos tem que ter pelo menos 1 dia na semana assim...para que tudo fique mais leve!!!

sábado, 16 de junho de 2007

FIM DA PICADA!

Fui num casamento presbiteriano e achei o fim da picada o pastor falar que a mulher deve ser submissa ao homem!!!! vai pastar pastor!!!!
nos dias de hoje, pregar um alto machismo desse é rídiculo, eu não entendo como a noiva e as mulheres dessa religião não protestem contra isso!
ainda mais que são pessoas esclarecidas, da dita sociedade...
aí entra outra questão, a da hipocrisia!!!
e sociedade burguesa e hipocrisia já caminham juntos a muito tempo!!!

sexta-feira, 15 de junho de 2007

HOMENS

é um assunto intrigante, no mínimo. os homens estão cada vez mais idiotas, despreparados e com problemas sexuais. a figura materna forte, o édipo escancarado!
mas ao mesmo tempo. devido a sociedade patriarcal. quando dizemos não (nós mulheres), os homens não entendem, falando em outras palavras: meu o cara não se toca!
a maior dificuldade de uma amizade entre um homem e uma mulher é que sempre o cara se apaixona, ou acha que tem propriedade sobre a mulher. será que precisamos dizer com todas as letras que não temos tesão? ou temos que explicar que a coisa não é tão simples...
ainda continuo...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

TESÃO

Contudo...
O que seria da vida sem o tesão, ainda mais nos dias de hoje...que as relações são bem delimitadas.
(é quase um deboche, mas um deboche social)

LIBERTAÇÃO

ainda vou conseguir...

POR QUE?

Por que as pessoas se tornam possessivas?
eu não entendo por que precisamos ouvir as coisas diretamente, as vezes é tudo tão claro e tão escuro...A gente na verdade vê o que quer, a cabeça é muito doida! Misturamos tudo...
Sempre optamos pelo caminho mais nebuloso, e por que? Esta é a questão que permeia a minha reflexão atual...
Queria entender por que queremos o que não está em nosso alcance. Queremos o que não nos quer. Ou quer?
Dúvidas...

Na verdade retomo um assunto já mencionado...
http://www.youtube.com/watch?v=NRXRNUkYLTk
acho que vele a pena para os benjaminianos!

DEPOIS DO CAETANO, O TEATRO....

Depois da epopéia para comprar um ingresso para o show do Caetano....temos o show do Teatro Mágico, que acontece HOJE!!!
Mas e o convite? o ingresso?
Acho que esse eu não vou...

RELATOS/RELATÓRIO

para que tanta técnica, para que ser tão rápido
temos que preencher fichas, "burrocracia", viver na angústia. Kafka em, praticamente, toda a sua obra tratará desta questão. O Castelo e o Processo !!! Franz Kafka, merece ler lido e estudado seriamente. Temos que valorizar a literatura de um povo. A História tem que ser contada. O narrador tem que fazer o seu papel.
Benjamin, Hegel, Kafka, Brecht: relações
Tem hora que a gente para e pensa se não é melhor ficar parado
ainda preciso falar da perda da essencia da filosofia.
ou
a perda da aura benjaminiana.
ou
pegar o esquema da filosofia negativa adorniana.
ou
reler o Kant, para tentar entender o Hegel.

sem contar os Clássicos!

a psicanálise vêm com o intuito de desmistificação dessa Filosofia, para tentar entender o indivíduo e a Humanidade.

Por que?

quarta-feira, 13 de junho de 2007

É PROIBIDO PROIBIR!

e o show do Caetano? "Cê" ?
em três horas acabaram os convites...
Bauru realmente está carente de eventos...mas tudo bem é o Caetano!

DIA DOS NAMORADOS

Coisa mais sem propósito!
O dia dos namorados é a data mais comercial que existe, não apenas pelo fato de se ter a obrigação de comprar um presentinho!!! Mas é comercial pelo fato de que as relações sociais saudáveis não existem mais. O que é o amor? Eu te amo!!!
Ninguem sabe ao certo se realmente ama alguem, mas você pode querer chegar ao absurdo de arrumar um "amor" apenas para dizer que tem namorado, que tem que se preocupar em comprar algo. Para comparar entre os amigos, como hoje comparamos uma roupa, o desempenho de um carro, um bom artigo....
Hoje buscamos amores impossíveis, como aqueles mostrados pela Indústria Cultural em seus filmes!!!!
O meu sonho, é sim, encontrar um cara lindo que me ame!!!
Mas sonho é sonho, realidade é realidade!!!
E o que realmente vale a pena?

O início

O propósito deste blog é compartilhar com os amigos as experiencias de uma jovem mestranda em filosofia...
É um novo olhar da realidade...
Como a gente quebra a cara, e de como isso não é um fato isolado...a sociedade está doente!