quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Lixo: para onde vamos mandá-lo?

Você já parou para pensar para aonde vai todo o lixo que produzimos? Se fossemos ingleses seria fácil esta questão. Era só mandar tudo num container para algum país da América do Sul, mais especificamente, o Brasil. Na verdade não foi apenas um container, mas sim 56! Ou melhor, 900 toneladas de lixo comum. Leia-se camisinhas e fraldas usadas, seringas, restos de comida... Dizem que havia até brinquedos com recados para fossem dados às crianças brasileiras. Simplesmente um absurdo, que só poderia partir de uma monarquia decadente. Vale lembrar que isso parece ser uma prática comum dos países da Europa, que mandam seu lixo para a África e Ásia. E não é só lixo, propriamente dito, que eles andam mandando pra outros países… tem o “lixo” de gente também.
O mundo está inflado, super populoso e, ainda por cima, sem consciência ecológica.
Mas a culpa é de quem?
A culpa é do sistema capitalista de produção, que só sabe incentivar o consumo e a produção desenfreada.
O problema todo teve início quando a burguesia comprou a sua liberdade e saiu por ai desbravando mares, conquistando territórios e ampliando mercados. Com o aumento da produção surgem as fábricas, com as fábricas surgem o proletariado. E toda uma lógica de consumo.
Taylor em seu livro, Princípio de administração científica, propõe a racionalização da produção, com a finalidade da produção em massa. Já Henry Ford introduz a linha de montagem na produção automobilística, que século XX se expande, a partir dos EUA, para todos os ambientes, visando mais eficiência.
O mundo só pensava em produzir para o consumo desenfreado. Sem consciência das agressões ambientais.
Ainda hoje, no século XXI, temos a ilusão de uma consciência ambiental. Separar o lixo ainda é uma luta, as pessoas têm preguiça. Ao invés de consertar um aparelho quebrado preferimos jogar fora (mas aonde é o fora?) e comprar um novo, porque a lógica capitalista afirma que é mais barato comprar um aparelho tecnológico novo, do que consertar. Realmente, arrumar fica caro, é mais vantajoso ter um aparelho novo com nova tecnologia, mas é vantajoso para quem? Aposto que para o nosso planeta e para os técnicos em conserto não.
Há duas semanas uma equipe de cientistas e ambientalistas partiu de São Francisco, nos EUA, em busca do que alguns chamam de "A Ilha do Lixo" – um redemoinho de lixo no Oceano Pacífico formado por mais de seis milhões de toneladas de plástico. O amontoado de lixo flutua à deriva entre a Califórnia e o Japão.
A que ponto chegamos? É como arrastar para debaixo do tapete a sujeira. Não temos aonde por em terra, joga-se no mar.
Segundo o site portaldomeioambiente.org.br, “o redemoinho foi descoberto em 1997 pelo oceanógrafo Charles Moore. Ele ignorou os alertas de não passar pela região, onde faltam ventos e correntes, e acabou descobrindo o acumulado de lixo. Durante a viagem, o oceanógrafo encontrou pedaços de garrafas, sacos plásticos, seringas e uma variedade enorme de outros objetos de plástico em vários estados de conservação, já que, devido à ação do sol e dos ventos, o material se desintegra em fragmentos pequenos que flutuam durante anos, obedecendo às correntes marítimas”.
Só para termos dimensão do lixo que está lá. Ele é duas vezes maior do que a superfície do estado norte-americano do Texas. É muito lixo!
Mais de uma década descoberto e ninguém fez nada para resolver o gigantesco problema. Porque o lixo está em águas internacionais, ou seja, não é do governo de nenhum país. Mas isso não significa que não influencie todos os países do mundo. Peixes estão morrendo, águas são poluídas, e o problema é de quem? Vamos olhar com mais carinho e consciência para o nosso lar, o nosso planeta!

2 comentários:

Camila Pierobon disse...

m, adorei. o Calvino, nas "Cidades Invisíveis" escreve sobre uma cidade que ão sabe mais o que fazer com o lixo que prodiz. Se chama Leônia! Beijoca.

Unknown disse...

Olha que demais! dá para fazer um artigo sobre isso! topa?