Ano de eleição. Política, ética. Falta de ética. Ecologia, direito civil, criminalidade. Bioética, religião, cultura. Sociedade, educação, profissionalismo. Códigos de ética. Valores. Virtudes. Agir bem, o que é o bem? Ou o mal?
Mas afinal o que é ética?
Ética, essa palavra tão usada e, ao mesmo tempo, tão mal compreendida. Podemos “aplicar” a ética/moral em todas as esferas de nossas vidas. Em, praticamente, todo o âmbito de nossa realidade social.
Ontem eu estava escrevendo o texto desta semana e assistindo a um telejornal, assistia ao caos no Rio de Janeiro. Aliás, caos provocado não apenas pelos fenômenos naturais, mas pelo lixo acumulado que entope os sistemas de escoamento de água. Choveu quinze horas ininterruptas, 270 mm de água, e fica a pergunta: como o solo vai absorver toda essa água se por todos os lados vemos apenas asfalto?
O homem e o seu “progresso” desenfreado não enxerga que o planeta pede socorro. Do ponto de vista da ecologia, é ético o que nós mesmos fazemos com o nosso planeta?
Catástrofes naturais são cada vez mais freqüentes. Terremotos no Haiti, no Chile e, agora, no México. O que fazer? A natureza está em revolta contra o homem? Pode-se dizer que sim.
Aquecimento global, lixo acumulado, testes nucleares. Tudo isso parece que se relaciona com outras áreas do conhecimento, mas é assunto da ética também.
A ética está por toda a parte.
Ainda no mesmo telejornal, vi uma notícia rápida sobre a nossa cidade, Bauru. A notícia não tinha nada a ver com ecologia, mas tinha a ver com a ética. A notícia – que na verdade era quase uma “notinha” – dizia que em nossa cidade poderá haver toque de recolher para menores. Fiquei assustada, porque para mim isso é um retrocesso a um estado de exceção, a uma barbárie. E a ética serve de base para fundamentar essa discussão, será que proibir coíbe a criminalidade?
Segundo a notícia esse projeto é de um juiz que vê no toque de recolher a solução para os delitos provocados por esses menores. Agora, alguém me responda: Quem garante que isso vai dar certo? E os delitos não acontecem de dia também? Logo nos proibiram de sair de nossas casas na hora que bem entendermos, em nome, é claro, de nossa segurança.
Com tanta violência já estamos nos aprisionando em condomínios de luxo. Cadeias estão superlotadas. Crianças nas ruas fumando crack (porque inalar cola já é coisa do passado). E um juiz vê a solução em toque de recolher?
Eu sou parceira da idéia de que somente a educação e a cultura salvam.
Porque não temos um projeto de centros culturais no centro de nossa cidade? Temos tantos prédios históricos abandonados ou “detonados”. Ao invés de toque de recolher, poderíamos ter projetos sociais, de teatro, de literatura nesses lugares.
Mas a verdade é que isso dá muito trabalho, e proibir fica sendo mais fácil... E o nosso país vai ficando com um déficit cultural enorme...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário